Os insetos da espécie Culicoides paraensis, popularmente conhecidos como ‘maruim’ ou ‘mosquito-pólvora’, foram identificados no litoral norte do Rio Grande do Sul no início deste ano. A presença desses mosquitos na região foi confirmada após análise laboratorial, com resultados divulgados nesta semana. Principal vetor do vírus Oropouche (OROV), causador da Febre do Oropouche, o mosquito está mobilizando as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Até esta sexta-feira (19), não foram registrados casos autóctones de Febre do Oropouche em humanos no Rio Grande do Sul, ou seja, não houve infecção contraída no estado. No entanto, foram encontrados anticorpos em primatas não humanos, sugerindo circulação do vírus na região.
O mosquito, que mede até 3 milímetros, se prolifera em áreas com acúmulo de material orgânico e umidade, sendo comum em regiões de cultivo de bananas. Amostras analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ) confirmaram a presença da espécie nos municípios de Mampituba e Três Forquilhas.
Além disso, a Seapi identificou a presença do mosquito-pólvora em Dom Pedro de Alcântara, Itati, Maquiné, Mampituba e Terra de Areia. Diante desse cenário, a SES orienta os serviços de saúde a estarem atentos a sinais e sintomas compatíveis com a Febre do Oropouche e recomenda ações integradas entre diferentes órgãos no contexto de Saúde Única.
Devido ao aumento expressivo de casos autóctones de Febre do Oropouche em estados como Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o Ministério da Saúde emitiu uma recomendação esta semana. O órgão sugere a intensificação das ações de vigilância em saúde em todo o território nacional.
Ainda segundo a nota do Ministério da Saúde, há suspeita de transmissão vertical do vírus (da gestante para o feto), após sua identificação laboratorial em amostras de um caso de abortamento e em quatro casos de microcefalia. Isso reforça a necessidade de vigilância durante a gestação em mulheres com suspeita de arboviroses e do acompanhamento dos recém-nascidos.
Sintomas da Febre do Oropouche
A Febre do Oropouche apresenta sintomas semelhantes aos de outras arboviroses, como dengue, chikungunya e febre amarela. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, calafrios, náuseas e vômitos que podem persistir por até cinco a sete dias. Em casos raros, pode ocorrer meningite asséptica.
As autoridades de saúde alertam para a importância da prevenção e do controle do mosquito-pólvora para evitar a disseminação do vírus e proteger a população.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Governo do Estado do RS