A transferência ocorreu na tarde de quinta-feira, por volta das 16h. Agora, Deise está em uma cela isolada na ala de triagem, onde cumpre ordens de prisão temporária sem autorização para visitas ou para exercer mão de obra prisional. Ela tem direito a banho de sol de forma individual, em um pátio separado, e segue sob observação até que seja definido seu destino dentro da penitenciária.

A decisão de transferir Deise foi autorizada pelo juiz Jefferson Torelly Riegel após solicitação da direção do Presídio Feminino de Torres. No pedido, foi apontada a falta de estrutura adequada para garantir a integridade da investigada, que enfrentava hostilidades de outras detentas. O presídio de Torres, que enfrenta superlotação com 73 presas para apenas 54 camas, não possui alas de isolamento.

Outro motivo para a transferência foi a prorrogação da prisão temporária de Deise por mais 30 dias. A administração penal alegou que manter a suspeita em uma cela individual dificultava a separação de presas com doenças transmissíveis, colocando em risco a saúde da população carcerária.

A insatisfação entre as detentas de Torres também foi destacada. Segundo relatos, presas ameaçavam e xingavam Deise, especialmente após a divulgação do exame que identificou arsênio no organismo do filho da suspeita, de 9 anos, e de outra criança, filho de uma das vítimas do bolo envenenado. Agentes penitenciários confirmaram que crimes envolvendo crianças geram grande rejeição entre as presas.

Na Penitenciária Feminina de Guaíba, Deise deve passar por triagem para definir sua alocação em pavilhões específicos. A expectativa é que ela seja direcionada para uma galeria destinada a presas acusadas de crimes contra crianças.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper