A demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em anunciar a reforma ministerial tem gerado apreensão nos bastidores de Brasília. Prevista inicialmente para fevereiro, a reformulação da Esplanada é considerada estratégica para fortalecer a base do governo no Congresso e preparar o terreno para a eleição de 2026.
Com mudanças esperadas em cerca de 10 ministérios, Lula busca redistribuir espaços de poder para melhorar a articulação política e destravar pautas no Legislativo. No entanto, a falta de definições tem gerado desconforto entre ministros que podem ser substituídos e paralisado ações governamentais.
A situação mais emblemática envolve a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Especulações sobre sua saída circulam desde o ano passado e, na última sexta-feira (21), foi ventilado que ela será substituída por Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Institucionais. O vazamento causou desconforto no governo, já que Lula ainda não comunicou a decisão oficialmente.
Outras mudanças em análise envolvem ministérios-chave como Agricultura, Indústria e Comércio e Minas e Energia. A intenção é acomodar figuras como Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD), ex-presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente.
No Planalto, a percepção é de que Lula quer evitar a imagem de que está cedendo a pressões do novo comando do Congresso. Além disso, a recente denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro teria levado o presidente a segurar os anúncios para não desviar o foco do noticiário.
A expectativa é que as mudanças sejam oficializadas nos próximos dias, com reuniões decisivas já nesta semana. Aliados defendem que a reforma seja concluída antes do Carnaval, permitindo que os novos ministros assumam até 10 de março.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper