Na Metade Oeste do estado, as precipitações ajudaram a recompor os níveis de umidade do solo, amenizando o déficit hídrico enfrentado em semanas anteriores. No entanto, a saturação do solo e da vegetação forçou a suspensão temporária da colheita, aguardando melhores condições para o retorno às atividades no campo.

A estiagem vivida durante o ciclo da cultura resultou em grandes variações de produtividade. Os rendimentos vão de apenas 180 kg por hectare no Extremo Oeste até 6.000 kg/ha no Nordeste gaúcho. A média estadual está projetada em 2.240 kg/ha, mas pode sofrer revisão para baixo devido à escassez hídrica registrada em março, que prejudicou lavouras em diferentes estágios de desenvolvimento.

Além da irregularidade na maturação, as chuvas recentes também comprometeram a qualidade dos grãos. Conforme o boletim da Emater, os grãos colhidos apresentam “alta taxa de umidade e de impurezas, além de estarem verdes, ardidos e chochos”, o que tem gerado perdas comerciais. Para minimizar os prejuízos, produtores intensificam o uso de dessecantes químicos com o objetivo de uniformizar a maturação das plantas e preservar a qualidade da safra.

Atualmente, 39% das lavouras estão em fase de maturação e 10% em enchimento de grãos. Ambas etapas foram beneficiadas pelas chuvas, que podem contribuir para a manutenção parcial do potencial produtivo das lavouras ainda não colhidas.

Nas áreas com melhores perspectivas, o manejo fitossanitário continua, com aplicação de fungicidas para o controle de doenças como a ferrugem-asiática e problemas de final de ciclo.

No mercado, o preço médio da saca de 60 quilos da soja teve queda de 2,04% na última semana, passando de R$ 127,38 para R$ 124,78, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper