O papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano. A morte ocorreu às 2h35 no horário de Brasília (7h35 no horário local), segundo confirmou o Vaticano em nota oficial. Ele liderou a Igreja Católica por quase 12 anos, após ser eleito em 2013 como o primeiro papa latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro pontífice da era moderna a suceder uma renúncia.
Internado por diversas vezes nos últimos meses, Francisco se recuperava de uma pneumonia bilateral e de uma infecção polimicrobiana que agravaram seu estado de saúde. Nos últimos dias, ele apresentava dificuldades para falar e chegou a cancelar aparições públicas, mantendo-se sob acompanhamento médico desde sua última alta hospitalar, há cerca de um mês.
“Retornou à casa do Pai”, diz o comunicado do Vaticano. “Ele nos ensinou a viver o Evangelho com coragem e amor universal, especialmente pelos mais pobres e marginalizados.”
Nascido em Buenos Aires em 1936, filho de imigrantes italianos, Bergoglio foi químico antes de optar pela vida religiosa. Ingressou na Companhia de Jesus e se tornou sacerdote em 1969. Em 2001, foi nomeado cardeal por João Paulo II. Sua eleição como papa, em 13 de março de 2013, surpreendeu o mundo e ele mesmo, como admitiu anos depois.
Francisco assumiu o papado em meio a crises internas da Igreja e a denúncias de abusos. Promoveu reformas administrativas no Vaticano, buscou mais transparência financeira e ampliou o debate sobre temas como direitos LGBTQIA+, desigualdade social e participação das mulheres.
Apesar das críticas por manter posições conservadoras em temas como a ordenação feminina, foi o primeiro papa a permitir a bênção a casais do mesmo sexo e a conceder voto a mulheres em sínodos episcopais. Seu estilo simples, com fala acessível e gestos populares, conquistou fiéis em todo o mundo. Escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo da humildade e da defesa dos pobres — causas que nortearam seu papado.
O argentino torcedor do San Lorenzo e amante do tango também foi uma voz política ativa: criticou guerras, condenou a desigualdade e cobrou solidariedade internacional durante a crise dos refugiados. Em 2020, rezou sozinho na Praça São Pedro, então vazia por causa da pandemia — imagem que marcou seu pontificado.
Até a publicação desta reportagem, não foram divulgadas informações sobre os ritos fúnebres. O conclave para eleger o novo papa deve ser convocado nas próximas semanas.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper