Foram colocados em liberdade os dois investigados presos durante a terceira fase da Operação Papillon, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio Grande do Sul. A ação investiga a suposta utilização indevida da estrutura da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) de Passo Fundo por organizações criminosas.
Um dos investigados é o ex-diretor da APAC, Vinícius Francisco Toazza, preso preventivamente em Porto Alegre no final da tarde de 11 de abril. Ele foi levado ao NUGESP (Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional). No mesmo dia, em Passo Fundo, também foi preso William Luiz Soares Rangel, suspeito de envolvimento no esquema.
Ambos foram liberados mediante revogação das prisões preventivas, agora sujeitos a medidas cautelares. Em nota, a defesa de Rangel afirmou que a Justiça reconheceu a ausência de contemporaneidade na prisão, considerando que ela foi solicitada mais de dez meses após o início das investigações, sem indícios atuais de ameaça à ordem pública.
A defesa, representada pelo advogado José Paulo Schneider, afirmou que o investigado seguirá à disposição da Justiça e cumprirá todas as condições impostas. O processo segue em fase inicial, com citação dos réus e apresentação de defesas, etapa que antecede a audiência de instrução, onde devem ser ouvidas testemunhas e realizados interrogatórios.
A terceira fase da operação foi deflagrada em 30 de maio de 2024, com mandados de busca e apreensão, incluindo na casa de Vinícius Toazza. O objetivo foi coibir o uso indevido do modelo APAC por integrantes de facções criminosas, que estariam se beneficiando da estrutura para facilitar fugas, burlar penas e proteger membros do crime organizado.
A APAC é uma organização civil que administra unidades de reintegração social com foco na recuperação e ressocialização de detentos. O método, reconhecido por seu caráter humanizado, dispensa o uso de agentes penitenciários armados e aposta na disciplina, apoio comunitário e assistência em áreas como saúde, espiritualidade e educação.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Rádio Uirapuru