Internado desde o dia 13 de abril após uma cirurgia de 12 horas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que poderá participar da manifestação marcada para 7 de maio em Brasília, que pede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A declaração foi feita por chamada de vídeo a apoiadores, divulgada nesta quinta-feira (1º) pelo portal Metrópoles.
Apesar de ter recebido alta da UTI na última quarta-feira (30), Bolsonaro segue hospitalizado no Hospital DF Star, sem previsão formal de alta, segundo o último boletim médico. Na conversa, ele demonstrou otimismo com a recuperação: “Mais uma semana em casa e eu volto à normalidade. Acredito que pelo menos lá na torre [de TV], eu me faço presente, se estiver bem”, disse.
Será a primeira manifestação bolsonarista de grande porte na capital federal desde a invasão aos prédios dos Três Poderes em janeiro de 2023. Desta vez, o foco será a pressão sobre o Congresso Nacional para que avance algum tipo de medida de clemência aos envolvidos nos ataques.
Segundo Bolsonaro, a expectativa de público gira em torno de duas mil pessoas e ele fez um apelo por um protesto pacífico: “É um ato sem pegar pesado em cima de ninguém”, afirmou, orientando os apoiadores a manterem a tranquilidade durante o evento.
O objetivo do ato é sensibilizar deputados e senadores para votarem projetos que favoreçam os réus condenados pelo STF. Enquanto isso, nos bastidores do Congresso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), articula uma proposta que não chega à anistia total, mas busca reduzir as penas impostas, que chegam a 17 anos de prisão.
Esse novo texto, que está sendo costurado com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ministros do Supremo Tribunal Federal, prevê distinguir os envolvidos diretos nos atos de vandalismo dos articuladores políticos da tentativa de golpe. A ideia é aliviar a situação dos primeiros e manter punições mais severas aos considerados líderes da tentativa de ruptura institucional.
Com isso, o Congresso tenta construir um acordo que atenda a parte da base bolsonarista sem comprometer o entendimento institucional firmado após os ataques de janeiro. Resta saber se a presença — ou eventual ausência — de Bolsonaro no protesto da próxima semana influenciará os rumos dessa articulação política.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper