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PT lança vídeos culpando Bolsonaro por fraudes no INSS; oposição reage e disputa narrativa nas redes
Publicado em 16/05/2025 14:19
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O Partido dos Trabalhadores (PT) iniciou nesta semana uma ofensiva nas redes sociais para responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por fraudes e irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A legenda passou a divulgar no perfil oficial da sigla na plataforma X (antigo Twitter) a série de vídeos "Verdade sobre o INSS", composta por quatro episódios, cada um abordando diferentes aspectos do escândalo.
Entre os temas tratados estão o bloqueio de benefícios, descontos indevidos em folha de pagamento e a suposta participação de chefias do INSS em esquemas ilícitos. As acusações têm como pano de fundo a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em abril deste ano. A investigação revelou um esquema de deduções irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas, o que levou à exoneração de Alessandro Stefanutto da presidência do INSS e à saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social.
A repercussão do caso acentuou a disputa entre governistas e opositores nas redes. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), em um vídeo com estética semelhante ao que ficou famoso por criticar a gestão do Pix, responsabilizou o governo Lula pelas fraudes. Já o deputado André Janones (Avante-MG) defendeu o governo federal e apontou a origem do esquema no governo Bolsonaro.
O embate também chegou ao Congresso. Durante uma sessão da Comissão de Transparência do Senado, o novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou que as fraudes foram herdadas da gestão anterior. O senador Sérgio Moro (União-PR), por sua vez, criticou a demora do atual governo em agir após tomar conhecimento das denúncias.
As investigações da CGU, que incluiu entrevistas com quase 1.300 beneficiários afetados, revelaram que 97% dos entrevistados não haviam autorizado os descontos em folha. Auditorias feitas em 29 entidades com Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS identificaram ausência de estrutura adequada para prestar serviços e irregularidades como a falta de documentação completa.
Embora os descontos tenham começado em 2016, os órgãos de controle apontam um aumento significativo nas ocorrências entre 2023 e 2024. As fraudes envolviam associações e sindicatos que, com base nos ACTs, acessavam a folha dos beneficiários para realizar descontos — muitas vezes sem consentimento.
Segundo a Polícia Federal, a autorização para os descontos deveria ser expressa e individual, mas foram detectadas falhas graves nesse processo, além de indícios de falsificação de documentos e ausência de verificação rigorosa por parte do INSS. A disputa sobre de quem é a responsabilidade política pelo esquema promete seguir no centro do debate público e nas redes sociais.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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