Na manhã da última quarta-feira (26/06), o jornalista Fernando Kopper, do Jornal Tribuna das Cidades, esteve no Sindicato dos Metalúrgicos de Ibirubá para conversar com o presidente da entidade, Jair Lauxen, conhecido carinhosamente como “Jairzinho”. O encontro teve como pauta principal a aprovação do dissídio coletivo da categoria, além de temas como qualificação profissional, valorização dos trabalhadores e o futuro da sede sindical.
Jair comemorou o resultado das negociações: “Conseguimos um reajuste de 6,9% para quem está entrando na empresa e 6% para quem já tem mais de um ano de casa. Foi uma conquista significativa, acima dos índices defendidos pela CUT e pelas empresas. Isso mostra que quando há diálogo e respeito entre empregadores e empregados, todos ganham”.
O presidente destacou ainda que o dissídio chega em um momento delicado para os trabalhadores, diante do aumento do custo de vida e da desvalorização do real. Para ele, o reajuste tem efeito direto na economia local: “Mais dinheiro no bolso do trabalhador é mais movimento no comércio, é mais dignidade. Nós não estamos pedindo luxo, estamos pedindo justiça”.
Defesa da atuação sindical
Jair aproveitou a entrevista para criticar a interferência do Supremo Tribunal Federal, que retirou a obrigatoriedade da contribuição sindical, o que, segundo ele, enfraqueceu as entidades e expôs os trabalhadores a um futuro de insegurança:
“Sem sindicato, o trabalhador volta a ser escravo. É como alugar uma casa e não querer pagar o aluguel. A casa sindical é a casa do trabalhador, e ela precisa ser sustentada por ele. Se não houver união, voltaremos ao tempo em que não existiam direitos”.
Apesar das dificuldades, Jair ressaltou que o sindicato ainda mantém cerca de 1.200 associados ativos e segue forte com projetos de qualificação técnica e representação.
Nova sede e foco na formação profissional
Outro ponto abordado foi o andamento da obra da nova sede do sindicato. Jair revelou que, com a próxima arrecadação da contribuição assistencial, será possível concluir as obras. O espaço, segundo ele, tem vocação para ir além da estrutura sindical:
“Essa sede será, no futuro, uma escola técnica profissionalizante. Nós já oferecemos formação em desenho técnico, metrologia, solda MIG e TIG, torno, fresagem, CNC e outras áreas. Mas precisamos de mais apoio, inclusive do governo federal, que nos abandonou em muitas frentes”.
Mão de obra qualificada e o desafio da modernização
Jair também fez uma crítica contundente à falta de investimento público em qualificação para o setor metalúrgico, especialmente diante da automação nas fábricas:
“Hoje, uma máquina pode custar 50 milhões de reais. Se um trabalhador sem qualificação cometer um erro, a perda é incalculável. Por isso defendemos que a formação técnica deve ser prioridade no país. A inteligência artificial já é uma realidade nas fábricas, mas sem trabalhadores preparados, ela vira problema em vez de solução”.
Ao final da conversa, Jair deixou um recado direto aos trabalhadores:
“Não se deixem enganar. O sindicato é a base da tua defesa. Quem te manda sair do sindicato, está mandando tu abrir mão do teu próprio direito. Aqui é tua casa. E a gente vai continuar lutando por ti”.
A entrevista foi transmitida pela Rádio Cidade FM 98.3 e acompanha a rotina de representação ativa que o Sindicato dos Metalúrgicos de Ibirubá tem desempenhado, tanto nas negociações salariais quanto na formação e valorização da mão de obra local.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper