O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou, na quinta-feira (3), uma atualização da lista de países que suspenderam e reverteram restrições à importação de carne de aves do Brasil após o foco de gripe aviária registrado em maio em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Desde então, sete países voltaram atrás em suas decisões e retomaram as compras da proteína brasileira: Argentina, Cuba, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Índia, Mauritânia e Uruguai. Com isso, o número de nações que não impõem mais impedimentos aos embarques brasileiros chegou a 24.
A notificação do caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em Montenegro impactou fortemente o setor avícola gaúcho. De acordo com estimativas da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (
O.A.RS), o Estado deixou de exportar cerca de 25 mil toneladas de carne de frango no período de um mês, acumulando um prejuízo de aproximadamente 47,8 milhões de dólares.
Apesar da retomada parcial do mercado internacional, ainda permanecem em vigor suspensões totais à carne de aves do Brasil em países como Albânia, Canadá, Chile, China, Macedônia do Norte, Malásia, Paquistão, Peru, Timor-Leste e União Europeia.
Outros países adotaram medidas mais específicas, restringindo as importações apenas do Rio Grande do Sul ou de áreas determinadas:
Suspensão total ao RS: África do Sul, Angola, Arábia Saudita, Armênia, Bahrein, Bielorrússia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Kuwait, México, Namíbia, Omã, Quirguistão, Reino Unido, Rússia, Tajiquistão, Turquia e Ucrânia.
Suspensão apenas ao município de Montenegro (RS): Catar e Jordânia.
Suspensão ao município de Montenegro e também a Campinápolis e Santo Antônio da Barra: Japão.
Suspensão por zona geográfica (regionalização): Hong Kong, Maurício, Nova Caledônia, São Cristóvão e Nevis, Singapura, Suriname e Uzbequistão.
O Mapa reforça que a regionalização — prática reconhecida pelo Código Terrestre da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e pelo Acordo SPS da Organização Mundial do Comércio (OMC) — tem sido fundamental para evitar bloqueios nacionais mais amplos e preservar parte do mercado exportador brasileiro.
Desde a detecção do foco, o governo brasileiro intensificou as ações de controle sanitário, mantendo a vigilância ativa para evitar a disseminação da doença e buscando a reabertura de mercados estratégicos para a avicultura nacional.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper