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Chuvas e frio elevam em até 191% os preços de hortaliças no RS, mas Ceasa descarta risco de desabastecimento
Publicado em 08/07/2025 09:22
AGRO

As fortes chuvas, o frio intenso e a baixa incidência de luz solar nas últimas semanas impactaram diretamente a produção de hortaliças no Rio Grande do Sul. Segundo levantamento da Ceasa/RS, entre os dias 5 de junho e 7 de julho, os preços de verduras folhosas e brássicas apresentaram aumentos expressivos, afetando o orçamento dos consumidores gaúchos.

No período, o molho de agrião passou de R$ 1,00 para R$ 2,50 (alta de 150%), a unidade da alface crespa saltou de R$ 1,00 para R$ 2,92 (191,67%), o molho de couve dobrou de preço, de R$ 1,25 para R$ 2,50 (100%), o espinafre foi de R$ 1,67 para R$ 2,92 (75%) e a unidade do brócolis teve acréscimo de 42,86%, saindo de R$ 2,92 para R$ 4,17.

De acordo com o engenheiro agrônomo e gerente técnico da Ceasa/RS, Léo Omar Duarte Marques, a situação climática dificultou a produção, mas não chegou a comprometer o abastecimento. “Foi um período de bastante chuva e frio intenso. Estávamos até com superoferta antes das chuvas e os preços estavam bem baixos”, explicou.

Grande parte das hortaliças comercializadas na Ceasa/RS são cultivadas por produtores locais, especialmente nas regiões do Vale do Caí e Metropolitana. Em áreas como Viamão e Itapuã, o solo plano e encharcado pela chuva prejudica diretamente culturas mais sensíveis, como o alface, que ainda sofre com o aumento de doenças fúngicas, conforme relatou Marques.

O coordenador técnico da Olericultura da Emater/RS-Ascar, Gervásio Paulus, acrescentou que, além da umidade, a baixa luminosidade desde junho tem dificultado o crescimento das plantas. “Dias nublados e com serração comprometem o desenvolvimento”, destacou. Ele também apontou atrasos no plantio de culturas típicas do inverno, como cebola e alho.

A expectativa, no entanto, é de que o cenário melhore nos próximos dias. “Caso se confirmem as previsões de pouca chuva e maior incidência solar, as folhosas devem responder bem, pois têm ciclo curto, entre 35 e 40 dias”, afirmou Paulus. Ele ainda lembrou que, apesar das perdas em algumas culturas, o frio é benéfico para o desenvolvimento de espécies como maçã, pereira, ameixa e uva, que precisam do período de dormência para um bom desenvolvimento.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper

Fonte: Correio do Povo

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