A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (8), a Operação Stuttgart, que desarticula uma organização criminosa sediada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, responsável pela criação de um grupo empresarial com mais de 60 franquias usadas para comercializar mercadorias descaminhadas, sonegar tributos, obter empréstimos fraudulentos e lavar dinheiro. A ação ocorreu em conjunto com a Receita Federal e a ANVISA.
Cerca de 80 policiais federais cumpriram 22 mandados judiciais, sendo 21 de busca e apreensão e um de prisão preventiva, nas cidades de Pelotas, Porto Alegre e São Paulo. Durante a operação, foram bloqueadas contas bancárias, sequestrados veículos e imóveis dos investigados, além de cumpridas medidas cautelares diversas, como apreensão de passaportes.
A investigação, iniciada em novembro de 2023, apontou que os produtos comercializados pelas franquias do grupo eram importados irregularmente com o uso de notas fiscais fraudulentas. Os pagamentos aos fornecedores eram realizados por meio de uma complexa rede criminosa operada por doleiros, que ocultavam a origem e o destino das transações financeiras, promovendo a lavagem de capitais e a evasão de divisas.
Os produtos abasteciam a rede de franquias, que, na maioria das vezes, eram registradas em nome de interpostas pessoas. Essa estrutura permitia a blindagem patrimonial do líder da organização criminosa, já que as dívidas recaíam sobre os supostos franqueados, pessoas de origem humilde e sem bens registrados em seu nome.
Segundo a Polícia Federal, as perdas causadas aos cofres públicos somam, até o momento, cerca de R$ 28 milhões, entre créditos tributários inscritos em dívida ativa, evasão de divisas, lavagem de capitais e empréstimos obtidos de forma fraudulenta.
Foto: Arquivo/CE
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