O Rio Grande do Sul foi protagonista em um marco histórico das exportações brasileiras de carne suína. No mês de junho, o país embarcou 137,1 mil toneladas do produto, o segundo maior volume mensal já registrado, totalizando 722 mil toneladas exportadas no primeiro semestre de 2025. Desse total, 158,9 mil toneladas partiram de frigoríficos gaúchos — número que coloca o estado como o segundo maior exportador do país, atrás apenas de Santa Catarina.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (08) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e incluem carne suína in natura e processada. De acordo com o presidente da entidade, Ricardo Santin, os resultados de junho representam um crescimento de 28% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram exportadas 107,1 mil toneladas. Além do avanço no volume, houve recorde na receita cambial: 341,6 milhões de dólares, aumento de 45,2%.
No acumulado do semestre, o Brasil obteve receita de 1,723 bilhão de dólares com a venda de carne suína ao exterior, saldo 32,6% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. Segundo Santin, o desempenho foi impulsionado principalmente pelas Filipinas, que importaram 33,8 mil toneladas — aumento de 141,1%. Outros mercados em crescimento incluem Japão (+27,7%), Chile (+55,3%) e Singapura (+0,1%). A China segue como grande compradora, mas com leve retração de 6,2%.
Frango registra leve retração no RS por causa da influenza aviária
Já nas exportações de carne de frango, o Rio Grande do Sul apresentou leve queda de -1,62% no primeiro semestre, totalizando 348,5 mil toneladas embarcadas. O recuo foi atribuído às suspensões de importações adotadas por alguns países após a confirmação de um foco de influenza aviária em uma granja comercial de Montenegro, em maio. O estado ocupa a terceira posição no ranking nacional, atrás do Paraná (1,039 milhão de toneladas, com recuo de -3,49%) e de Santa Catarina (573,3 mil toneladas e crescimento de +1,72%).
“Apesar de termos enfrentado e já superado o primeiro caso de influenza aviária em aves comerciais, único, isolado e controlado, mostramos ao mundo a robustez do nosso sistema de defesa”, afirmou Ricardo Santin.
Segundo a ABPA, o Brasil exportou 2,6 milhões de toneladas de carne de frango nos primeiros seis meses de 2025, com leve alta de 0,5%. A receita cambial somou 4,871 bilhões de dólares — crescimento de 5% em relação ao ano anterior. Os principais destinos foram Emirados Árabes Unidos (231,1 mil toneladas), China (228,6 mil toneladas) e Arábia Saudita (201,9 mil toneladas), todos com leve retração.
Em junho, no entanto, houve queda mais acentuada: as exportações de carne de frango somaram 343,4 mil toneladas, volume 21,2% inferior ao de junho do ano passado, quando o país exportou 435,9 mil toneladas.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
