A ansiedade, quando em excesso, pode deixar de ser uma reação natural do corpo diante de situações de medo ou expectativa e transformar-se em um transtorno mental capaz de comprometer atividades diárias, o bem-estar e a qualidade de vida. Segundo estimativas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), mais de 58 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade em todo o mundo.
Especialistas explicam que, apesar de comum, a ansiedade precisa de atenção quando passa a prejudicar a rotina. Entre os principais sintomas estão: inquietação constante, insônia, mudanças repentinas de humor, tensão muscular, excesso de preocupações, medos irracionais, dificuldade de concentração, compulsão alimentar, nervosismo frequente e até sensação de desconexão com o ambiente ou consigo mesmo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), durante a pandemia de Covid-19, os casos de ansiedade e depressão tiveram um aumento de 25%, revelando o impacto das mudanças sociais, do isolamento e do medo provocado pela crise sanitária.
Diferença entre medo e ansiedade
O medo é uma resposta natural a situações de ameaça imediata, enquanto a ansiedade se manifesta como uma antecipação ao futuro, muitas vezes acompanhada de tensão e preocupação. Quando esse estado se torna constante e incontrolável, pode ser um indicativo de transtorno.
Causas e fatores de risco
Não há um único motivo para o desenvolvimento da ansiedade. O transtorno pode estar associado a fatores genéticos, traumas específicos, distúrbios hormonais, doenças físicas e estresse ambiental, como pressões no trabalho. Além disso, pode surgir associado a outros transtornos mentais, como a depressão, ou até desencadeá-los.
Como tratar
O acompanhamento médico é fundamental para identificar a origem do problema e iniciar o tratamento adequado, que pode envolver psicoterapia, uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida. Segundo especialistas, ignorar os sintomas pode agravar as crises e comprometer ainda mais a saúde física e mental.
“O transtorno de ansiedade traz manifestações psicológicas e físicas severas, muitas vezes bloqueando a pessoa de ter uma vida plena”, afirmou o neurocirurgião Fernando Gomes em entrevista à CNN. Já o psiquiatra Márcio Bernik alerta que o diagnóstico depende da análise de um conjunto de fatores e reforça: “as doenças mentais não dão sinais visíveis como outras enfermidades, mas precisam ser tratadas com a mesma seriedade”.
Tipos de transtorno de ansiedade
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): preocupação constante e excessiva com situações cotidianas.
Transtorno do Pânico: ataques súbitos de medo intenso, acompanhados de sintomas físicos como taquicardia e falta de ar.
Fobias específicas, ansiedade social e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) também estão entre as manifestações possíveis.
O reconhecimento dos sintomas, a busca por diagnóstico e o tratamento especializado são os primeiros passos para enfrentar a ansiedade e recuperar o equilíbrio emocional.
Rádio Cidade Cruz Alta / TC
