Após denúncia encaminhada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a Justiça condenou à prisão cinco homens acusados de revender celulares roubados. O grupo atuou durante 2021 em municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (especialmente São Leopoldo e Charqueadas), além de Santa Cruz do Sul (Vale do Rio Pardo). As sentenças variam de cinco a oito anos de cadeia, por receptação e organização criminosa armada.
No processo consta que os réus formaram, financiaram e integraram o esquema. “Inicialmente, foi cometido um roubo de grandes proporções a uma empresa de logística localizada em São Leopoldo, com foco em produtos eletroeletrônicos”, relata o promotor Gustavo Burgos, responsável pelo caso. O resultado foi um prejuízo direto de mais de R$ 650 mil, dentre outros transtornos à firma que foi alvo do ataque.
Os assaltantes – até hoje não identificados – utilizaram fuzil, pistolas e falsos uniformes da Polícia Civil para levar do estabelecimento uma carga de produtos eletroeletrônicos, em sua maioria smartphones. Posteriormente, os itens foram repassados ao dono de uma loja em Santa Cruz do Sul, para venda direta aos consumidores – que não sabiam da origem irregular dos artigos.
Latrocínio
Em Cachoeira do Sul (Região Central do Estado), a Justiça gaúcha atendeu a um pedido do MPRS para que fosse ampliada de 39 para 48 anos de prisão a sentença aplicada ao autor de um latrocínio (roubo com morte) consumado e outro tentado, em janeiro de 2024. A vítima foi um idoso, atacado na casa onde vivia com a esposa em localidade conhecida como Passo do Seringa – a mulher sobreviveu.
A determinação é da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e levou em conta os argumentos da acusação. Segundo eles, o crime envolveu crueldade e grave ameaça, durante várias horas durante a noite e em área da zona rural com difícil acesso. Um fato que chamou a atenção do júri foi o fato de o responsável pelo assalto ser vizinho do casal, de quem levou dinheiro e armas-de-fogo.
Atuaram no caso os promotores Átila Castoldi Kochenborger, Davi Lopes Rodrigues Júnior, Leonardo Giron e Virgínia Lupatini, esta última encarregada do processo a partir de agora. “A nova decisão reforça o compromisso do Ministério Público com a responsabilização firme e proporcional de crimes graves, especialmente quando praticados com extrema violência e contra pessoas vulneráveis”, sublinhou Átila no plenário.
Smartphones obtidos em assalto a empresa foram repassados a loja em Santa Cruz do Sul. (Foto: Freepik)
(Marcello Campos)