Os preços do milho no Brasil estão descolados das cotações internacionais, conforme análise da TF Agroeconômica. Enquanto no mercado de Chicago os valores caíram 1,09% desde o início do ano, no Brasil o preço do grão subiu expressivos 20,43% no mesmo período.
Apesar dessa alta, os agricultores ainda enfrentam prejuízos. Os preços pagos aos produtores, em média R$ 65,00 por saca no Paraná, permanecem abaixo do custo de produção, estimado pelo Deral-PR em R$ 69,44/saca, resultando em uma perda de -6,39%.
Entre os fatores que impulsionaram os preços no Brasil, destaca-se a possibilidade de redução da safra de milho, que leva as indústrias a garantir estoques para o segundo semestre. A boa performance das carnes, como a suína (+17,68%), e o etanol (hidratado +7,84% e anidro +8,19%) também contribuíram para a alta.
Por outro lado, a pressão para a queda dos preços vem da contínua desvalorização de Chicago, que enfrenta o risco de tarifas sobre importações do México e Canadá, além de um aumento significativo da área plantada nos Estados Unidos, com a estimativa de safra a atingir 395,87 milhões de toneladas, o maior recorde já projetado.
A TF Agroeconômica recomenda que os produtores aproveitem a alta do mercado da B3, onde o contrato de julho está cotado a R$ 84,73, vendendo opções de PUT para garantir ganhos caso a safrinha não sofra quebras. Caso a produção seja reduzida, a orientação é ajustar rapidamente as posições.
A previsão de uma safra recorde nos Estados Unidos e a desaceleração das exportações americanas continuam pressionando os preços internacionais. No Brasil, a trajetória do milho dependerá da demanda interna e das condições climáticas, que podem alterar o quadro de oferta nos próximos meses.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper