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Produtores gaúchos realizam protestos em várias regiões e exigem securitização das dívidas do agro
Publicado em 17/06/2025 08:05
AGRO
Agricultores do Rio Grande do Sul seguem mobilizados em diversas regiões do estado em protesto por medidas emergenciais que garantam a continuidade da produção no campo. O principal pedido é a securitização das dívidas, com prazos de pagamento que se estendam por até 20 anos, diante da grave crise econômica enfrentada pelo setor.
Em Santo Ângelo, as manifestações começaram ainda na madrugada de segunda-feira (16). De acordo com o produtor rural Édson Dinon, por volta das 5h da manhã, centenas de agricultores com tratores se reuniram na entrada oeste da cidade, enquanto outro grupo organizava-se simultaneamente em São Miguel das Missões, a cerca de 40 km. "O movimento está grande. Cinco agências bancárias fecharam e todo o centro está sem funcionar", relatou Dinon. Ele estima que mais de 1,2 mil pessoas e 300 máquinas agrícolas tenham participado do ato. Com mais de quatro décadas de atividade no campo, Dinon conta que cultiva soja, milho, trigo, feijão e aveia, e lamenta: “O que eu tinha de economia de uma vida, já não tenho mais. Se não houver prazos e condições compatíveis para pagar essas dívidas, não conseguirei seguir produzindo.”
No município de Frederico Westphalen, a mobilização também ocorreu ao longo da segunda-feira. Cerca de 400 produtores se concentraram com 150 tratores no centro da cidade, nas imediações da agência do Banco do Brasil, onde um palco foi montado para discursos de líderes rurais e representantes políticos. Também foi registrado um bloqueio parcial na BR-386, no quilômetro 42.
Em outras regiões, os atos seguem nesta terça-feira (17). Um tratoraço está previsto para ocorrer em Três Palmeiras, enquanto uma nova manifestação deve ocorrer em Pelotas, na BR-392, nas imediações da ponte que dá acesso ao Porto do Rio Grande, ponto estratégico para o escoamento da produção.
O movimento vem ganhando força nos últimos dias e reflete o agravamento da situação dos produtores rurais gaúchos, que enfrentam sucessivas perdas por eventos climáticos e dificuldades de acesso ao crédito. Lideranças agrícolas e sindicatos reforçam que a mobilização seguirá enquanto não houver resposta concreta dos governos estadual e federal.
 
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Correio do Povo
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