O Rio Grande do Sul registra tendência de queda nos casos de dengue desde a semana epidemiológica 21, conforme dados divulgados nesta terça-feira (08) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). Até o momento, o estado contabiliza 36.383 casos confirmados da doença e 46 óbitos. A cada semana, a taxa de incidência tem reduzido pela metade, com os números acumulados apresentando estabilidade.
Porto Alegre permanece como o município com maior número de casos e mortes: são 16.165 casos confirmados e 22 óbitos. Em seguida aparecem Viamão, com 6.288 casos e quatro mortes; Alvorada, com 4.411 casos e dois óbitos; e Novo Hamburgo, que registra 2.801 casos e um óbito até o momento.
De acordo com Roberta Vanacor Lenhardt, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a queda nos casos notificados é consistente desde a semana epidemiológica 22. “A gente ainda segue nesse declínio, porém um pouco acima do limite superior endêmico em número de casos notificados”, explica. Ela observa que, embora o volume total de casos esteja abaixo dos anos anteriores, os registros concentram-se na Região Metropolitana, atingindo municípios com maiores populações.
Na Capital, o Índice Médio de Fêmeas do mosquito Aedes aegypti está em nível satisfatório desde o fim de junho, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A tendência de queda deve se manter se as temperaturas continuarem abaixo dos 15°C — embora oscilações ao longo do dia exijam atenção, conforme alerta Raquel Rosa, enfermeira responsável pela Vigilância de Arboviroses da SMS. Ela também aponta que a maioria das mortes envolve pessoas com mais de 65 anos, e que o agravamento rápido da doença e o tempo de procura por atendimento têm contribuído para a gravidade dos casos.
Até o momento, 27 bairros de Porto Alegre já registraram casos confirmados. Os bairros com maior incidência são Praia de Belas (65,7 casos por 100 mil habitantes) e Jardim Floresta (44,9 por 100 mil habitantes).
Municípios mantêm ações de vacinação e combate ao Aedes
Em Viamão, segundo município com mais casos, a vacinação segue em todas as unidades de saúde e também em escolas da rede municipal. Nesta semana, as equipes estão atendendo das 9h às 12h e das 13h às 16h nas seguintes instituições:
7/7 – EMEI Cisne Branco
8/7 – Lar da Criança Anne Frank
9/7 – EMEI Valdir Jorge Elias
10/7 – EMEI Lagoinha
11/7 – EMEI Vivendas São Tomé
Alvorada contabiliza dois óbitos e segue com vacinação ativa em todas as unidades de saúde. O município possui 3.300 doses disponíveis com abastecimento regular e cobertura vacinal estimada em 40% do público-alvo (crianças e adolescentes de 10 a 14 anos). Cerca de 5.500 doses já foram aplicadas.
Novo Hamburgo, que registra 3.744 notificações e um óbito, também mantém equipes de agentes de endemias atuando em todos os bairros, já que a infestação do mosquito ocorre de forma generalizada na cidade. A vacinação está disponível para o público de 10 a 14 anos em todas as unidades básicas de saúde e nas casas de vacinas do município.
Além das ações de imunização, os municípios seguem com operações de campo para combate ao mosquito. Em Porto Alegre, uma nova etapa do LIRA (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) foi realizada na última semana, visando mapear e controlar os focos do vetor da dengue, zika e chikungunya.
Mesmo com os indicadores apontando para queda nos casos, autoridades de saúde reforçam que é fundamental manter os cuidados preventivos, como eliminar recipientes com água parada e buscar atendimento médico ao surgirem os primeiros sintomas da doença.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper