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Trump ameaça tarifa de 50% sobre o cobre e agita mercados: alta recorde nos EUA e queda em Londres
Publicado em 09/07/2025 17:05
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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira, 08/07, a intenção de impor uma tarifa de 50% sobre as importações de cobre, medida que provocou forte impacto nos mercados internacionais. Enquanto os preços do metal vermelho dispararam cerca de 17% no Comex, em Nova York — atingindo o recorde de 5,73 dólares por libra —, houve queda na cotação da Bolsa de Metais de Londres (LME), onde a declaração foi interpretada como um fator de baixa na demanda global.

A medida, caso concretizada, afetaria diretamente a cadeia de abastecimento norte-americana, especialmente em um momento de crescente demanda pelo cobre, essencial na transição energética. O metal é usado em painéis solares, turbinas eólicas, baterias de veículos elétricos e também na construção civil e indústria bélica. Estimativas da Agência Internacional de Energia (AIE) projetam que o consumo global de cobre subirá de 26 milhões de toneladas em 2023 para quase 33 milhões em 2035 — um aumento de 26%.

A proposta de Trump reacende o debate sobre segurança estratégica e dependência externa. Segundo a Casa Branca, os EUA praticamente não dependiam de importações de cobre no início dos anos 1990, mas essa realidade mudou. A maior parte do cobre refinado consumido no país vem de parceiros como Chile, Canadá e Peru — todos aliados históricos de Washington. Especialistas como Ole Hansen, do Saxo Bank, classificam a medida como ineficaz e contraproducente, já que penalizaria fornecedores estratégicos sem oferecer capacidade interna suficiente para suprir a demanda americana.

Jason Schenker, da Prestige Economics, destacou que o cobre é um insumo essencial também para a indústria de defesa, o que reforça sua importância geopolítica. Para ele, a aplicação de uma tarifa tão alta pode provocar uma desaceleração na demanda dos EUA devido ao aumento dos custos de abastecimento, o que teria impacto nos preços globais a longo prazo.

O governo chileno, maior produtor mundial de cobre, reagiu com cautela à ameaça de Trump, afirmando que aguardará uma comunicação oficial. Em março, o ex-presidente já havia sinalizado sua intenção de taxar o metal, mesmo antes da conclusão da investigação aberta em fevereiro sobre a dependência americana do cobre importado.

Apesar da intenção de fortalecer a indústria nacional, analistas observam que os Estados Unidos atualmente não conseguem suprir nem metade de sua própria demanda. Com isso, o plano de Trump poderá ter efeito contrário ao desejado, pressionando ainda mais os custos internos e enfraquecendo parcerias comerciais estratégicas.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper

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