Enquanto casos de violência doméstica seguem em alta na Região Metropolitana e em diversas regiões do Rio Grande do Sul, Estância Velha tem apresentado um cenário oposto, com redução de 83% nas ocorrências desde a criação do Programa Mulheres Protegidas, iniciativa da Prefeitura que se tornou modelo de enfrentamento aos crimes contra a mulher.
Lançado em março de 2021 e transformado em lei municipal em 2022, o programa é executado pela Secretaria de Segurança, Esporte e Bem-Estar, com apoio do Grupamento de Proteção à Mulher da Guarda Municipal, responsável pelo acompanhamento periódico de vítimas com medidas protetivas.
Em pouco mais de quatro anos, o programa já acolheu 1.585 mulheres. Em 2021, a Guarda Municipal acompanhava 270 vítimas, sendo 25 por meio de patrulhamento. Em 2025, esse número saltou para 583 mulheres atendidas, das quais 168 recebem patrulhamento regular, feito com o auxílio de um veículo exclusivo na cor lilás.
“O programa consiste em justamente dar segurança à vítima que, após sofrer agressão ou se sentir ameaçada, entra em contato com a Guarda Municipal. Os agentes, então, a levam para um hotel conveniado e com endereço sigiloso, onde ela pode permanecer pelo tempo necessário, sem custos, recebendo acolhimento e apoio especializado”, explica o prefeito Diego Francisco.
A proposta também oferece suporte emocional e estrutura para recomeço da vida das vítimas, incluindo ações que favorecem a autonomia emocional e o reordenamento financeiro. O público-alvo são mulheres e meninas em situação de risco físico, psicológico ou sexual, com ações articuladas por uma rede de apoio intersetorial.
Segundo o prefeito, o sucesso do programa está ligado à força da rede de proteção montada no município, que unifica serviços públicos, capacitação das equipes e comprometimento institucional. “Outros municípios já passaram a adotar iniciativas semelhantes. Aqui em Estância Velha, o número de denúncias aumentou justamente porque as mulheres estão mais encorajadas a denunciar. Isso tem evitado fatalidades e mudado realidades. O essencial é que as vítimas busquem ajuda e não silenciem diante da violência”, destaca Diego Francisco.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper